Você já trabalhou em algo que detestava?

Eu já, foi o meu primeiro emprego na qual eu era auxiliar de produção em uma fábrica de componentes eletrônicos. Trabalhava em um galpão fechado num ambiente feio e desconfortável, fazendo um trabalho repetitivo ao lado de pessoas que eu não me identificava.

Todas as manhãs eu saia de casa olhando para o céu e pedindo a Deus que Jesus volta-se logo para me livrar daquele tormento. Nem preciso dizer que não permaneci lá por muito tempo, cumpri apenas o período de experiência e fui dispensada.

Quando fui demitida, a pessoa que trabalhava no RH justificou a minha demissão de forma bem direta, dizendo:

– Andreza, esse trabalho não é para você.

Para me dar apoio, ela ainda comentou que se ela tivesse que trabalhar na mesma função que eu, não conseguiria pois não tinha vocação para aquele tipo de trabalho.

Hoje eu entendo perfeitamente o que ela quer dizer, eu nasci para trabalhos intelectuais e não operacionais. Além disso eu não me encaixo em padrões, não gosto de rotina, não gosto de acordar muito cedo, não gosto de cumprir horários e não sou boa em ficar seguindo regras que não fazem sentido para mim.

Bem, muitos irão ler isso e pensar que eu sou uma pessoa preguiçosa e se eu fosse homem poderia até ser taxado como um típico vagabundo.

Mas a realidade é que essas características que citei acima são traços da minha personalidade e isso não é ruim muito pelo contrário é bom, porque somos seres diversos com características distintas e isso é o que ajuda a humanidade a avançar.

Existem pessoas que nasceram para questionar o status quo, outras para seguir regras e obedecerem sem questionar, alguns são mão na massa, outros são intelectuais ou artistas. Imagina se todos nós tivéssemos nascido para ser líderes? Ou se fosse o contrário e todos nós tivéssemos perfil para ser liderados? Com certeza seria o caos.

Cada um de nós tem um papel diferente a cumprir, alguns tem a ideia, outros executam a ideia e outros apoiam a ambos.

Vamos então a um exemplo prático disso, imagine uma empresa de comunicação como uma editora de revistas.

Temos ali as mentes que tem as ideias, escrevem os textos, fazem as imagens e editoram, são eles: editores, redatores, fotógrafos e designers essas pessoas fazem os trabalhos intelectuais e artísticos.

Depois disso, a revista precisa ser impressa, embalada e distribuída e é então que se inicia o trabalho dos gráficos, embaladores, motoristas que são os que fazem o trabalho operacional.

Além deles, existe a copeira que serviu o café para a equipe, a recepcionista, o porteiro, a faxineira, todos eles são parte da equipe de apoio, ou seja, dão suporte aos outros profissionais para que o trabalho seja executado.

Todos essas pessoas são importantes para a cadeia de produção da revista, mas e se a pessoa que tem características para ser fotógrafo ocupar a posição de gráfico? E se a copeira trabalhar como redatora?

Vamos analisar essa situação sem considerar a formação mas as características de personalidade de cada um. Com certeza se diminuirá a produtividade além de termos pessoas infelizes com o seu trabalho.

Eu acredito que não existem pessoas que não gostam de trabalhar, mas sim que existem pessoas que ainda não encontraram a sua vocação profissional, além de que muitos considerados incompetentes podem apenas estar na função errada.

Por isso é importante você saber quem é e o que nasceu para fazer, com certeza esse é o primeiro passo para uma carreira profissional bem sucedida.

Anos atrás participei de uma oficina de transição de carreira e lá fiz um teste em que descobri que minhas funções dominantes são introspecção e intuição, por isso me dou bem em trabalhos em que preciso ficar sozinha, trabalhar com a mente, planejar e encontrar soluções para as mais diversas questões é o meu forte, em compensação minhas funções sensoriais e sentimental são pouco desenvolvidas, e por esse motivo tenho dificuldades para cozinhar, dirigir e interpretar sentimentos.

Tempos depois descobri com um antigo chefe o teste de personalidade MBTI e como as características da nossa personalidade impactam em nosso trabalho e carreira profissional.

Esse teste psicológico foi criado pelas professoras Isabel Briggs Myers e Katharine Briggs durante a segunda guerra mundial e foi baseado em uma teoria de Carl Jung, descrita no livro “Tipos Psicológicos” (1921).

O objetivo delas com a criação desse teste era ajudar as mulheres que trabalhavam em indústrias militares a se encaixar em funções em que poderiam ser mais eficientes e também promover a paz mundial ao fazer com que as pessoas compreendessem as diferenças individuais.

Ao entender melhor o teste MBTI minha mente se abriu completamente para compreender quem eu sou, como posso ser útil para a sociedade e também ser feliz e realizada profissionalmente.

Eu amo trabalhar, me sentir útil de alguma forma me traz muita satisfação e o fato de não em encaixar nos padrões do mundo corporativo não me faz uma pessoa ruim ou incapaz (escrevi um pouco sobre isso em outro artigo).

Se você também deseja conhecer o seu perfil de personalidade e quer fazer o teste MBTI recomendo o site 16 personalidades ou o Indicador Tipológico.

Eu fiz os dois, até para fazer a prova dos 9, ambos deram o mesmo resultado e foram assertivos com relação a minha personalidade, com isso estudei mais o meu perfil, descobri mais sobre quais os meus pontos fortes e fracos, como posso ter uma melhor relação com as pessoas tanto no âmbito profissional como no pessoal e quais as funções em que possa dar o meu melhor e me realizar profissionalmente.

Afinal como foi escrito na entrada do Templo de Delfos, na Grécia:

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás todo o universo dos deuses, porque se o que procuras não achares primeiro em ti mesmo, não acharás em lugar nenhum”.

Se você também tem interesse em saber a sua vocação profissional ou se conhecer melhor, indico que faça o teste MBTI e para ter um resultado ainda melhor, procure um especialista na área para te ajudar.

Boa sorte!

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