Muitas mudanças ocorreram no mercado de trabalho nos últimos anos e tudo isso se acentuou com a pandemia, muitos profissionais e empresas tiveram que se adaptar rapidamente e isso criou um caminho sem volta. Em geral muitas dessas mudanças foram positivas, porém existem algumas questões que precisam ser consideradas pelos trabalhadores para que não percamos os direitos que levamos muito tempo para conquistar e isso se aplica a todos que estão no mercado de trabalho, incluindo os profissionais que trabalham por conta própria.
Muitas empresas em busca de aumentarem o seu lucro e diminuírem o seu risco, decidiram contratar profissionais sem vínculo empregatício, ou seja, como Pessoa Jurídica, o famoso PJ e isso tem causado a precarização do trabalho. Precisamos estar atentos a isso pois a partir do momento em que temos profissionais alienados de seus direitos, acabamos abrindo brechas para condições de trabalhos instáveis, insatisfatórias e potencialmente prejudiciais a nossa saúde.
A primeira coisa que precisamos ter em mente é que um profissional PJ não é um funcionário e sim um prestador de serviço e deve ser contratado como tal (sugiro que leia o artigo “Contratação PJ o que você precisa saber” para conhecer os seus direitos e deveres).
É muito importante que o profissional que trabalha por conta própria esteja atento a sua disponibilidade para que não caia na armadilha do trabalho intermitente, o fato de possuir horários flexíveis de trabalho não quer dizer que você precisa estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. No vídeo Home Office do Canal Tempero Drag, Rita Von Hunty nos alerta sobre esse assunto:
“Gradativamente estamos sendo levados a não recusar o trabalho intermitente, uma lógica de trabalho extenuante, estafante e eterna. Cada ser humano será uma micro empresa vendendo a sua juventude, o seu talento, a sua mão de obra e ingenuidade para uma empresa maior. A medida que a carteira de trabalho é substituída pela pessoa jurídica, a gente começa a embarcar numa viagem sem volta na desconstrução dos nossos direitos enquanto trabalhadores”
Eu sou uma defensora do trabalho independente, gosto de ser dona dos meus horários, da minha carreira e da liberdade que isso proporciona, mas aprendi na prática que é necessário impor certos limites, o trabalho deve ser um meio para conquistarmos nossos sonhos e não o fim. Para sermos bem sucedidos precisamos saber equilibrar todos os aspectos de nossa vida, profissional, familiar, relacionamentos, saúde, lazer, tudo deve estar em harmonia.
Meu alerta aqui é que precisamos estar atentos e nos valorizar, não podemos aceitar trabalhos que estejam em desacordo com a lei ou que sejam mal remunerados, é necessário estar cientes que o custo de ser um profissional independente é alto para quem deseja ser bem sucedido, ou ao final, você será apenas mais um no limbo do subemprego.